FMI vai participar de resgate à Grécia se houver reestruturação, diz Lagarde

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai participar do resgate para a Grécia se o plano incluir uma reestruturação da dívida do país e reformas abrangentes, afirmou hoje a diretora-gerente da entidade, Christine Lagarde.

O FMI só entrará no esforço de ajuda se o governo grego se comprometer com profundas reformas econômicas e uma “política orçamentária saudável”, disse Lagarde, em entrevista à rádio francesa Europe1.

Lagarde acrescentou que nenhuma solução é possível para a Grécia sem a reestruturação de sua dívida, embora a possibilidade de um “haircut” (redução no valor nominal dos bônus grego) não esteja na mesa. Segundo ela, a diminuição da dívida pode ser obtida por meio de uma extensão dos vencimentos e dos períodos de carência e pela redução das taxas de juros cobradas sobre os papéis.

“Não se trata de um capricho”, disse Lagarde. “Não é o FMI se intrometendo em assuntos gregos, essas são regras estabelecidas para todos os países do FMI.”

Nos últimos dias, o FMI e seu maior acionista, os EUA, alertaram várias vezes as autoridades da zona do euro de que a Grécia precisará de uma reestruturação de dívida bem mais ampla do que a tem sido considerado até o momento, uma vez que os controles de capital asfixiam a já enfraquecida economia do país.

Lagarde também comentou que quaisquer discussões com Atenas vão exigir pelo menos quatro semanas, já que a situação ficou mais complexa. “Não trabalhamos com equipes da Grécia há seis meses, não temos informações sobre o sistema financeiro, por exemplo”, explicou.

Lagarde disse ainda que é provável que os bancos gregos sejam reabertos na segunda-feira, depois que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu ontem elevar em 900 milhões de euros o teto dos empréstimos emergenciais fornecidos à Grécia.

Em entrevista para a mesma rádio, o ministro de Finanças françês, Michel Sapin, disse ser a favor de uma reestruturação da dívida grega, mas se opôs a qualquer “haircut” direto, que contrariaria os interesses dos contribuintes franceses. “Precisamos receber nosso dinheiro de volta”, afirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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