Os dias de liberdade de Saif al-Islam, filho e herdeiro político de Muamar Kadafi, parecem contados. Perseguido pelos revolucionários do Conselho Nacional de Transição (CNT) e monitorado pela Otan, ele negocia sua rendição. Para se entregar, Saif exige ser transferido em segurança para Haia, sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), evitando o destino do pai, morto ao ser capturado durante o cerco a Sirte, sua terra natal.

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A confirmação das negociações ocorreu ontem, em Haia, quando o procurador do tribunal, Luis Moreno-Ocampo, informou que “contatos informais e indiretos” com Saif haviam sido estabelecidos. O procurador garantiu que o filho de Kadafi terá um processo justo, será protegido e tratado como inocente, até que se prove o contrário.

“Se ele se entregar ao TPI, terá o direito de ser ouvido pela corte. Ele é inocente até que se prove sua culpa. Os juízes decidirão”, afirmou. “Esse é um processo legal e, se os juízes decidirem que ele é inocente, Saif pode pedir que seja enviado para um outro país.” Ocampo, porém, disse estar convencido de que conseguirá a condenação do líbio e não fará um acordo. Ele confirmou que a negociação para a rendição está ocorrendo por meio de mediadores cujos nomes são mantidos em sigilo.

Na quarta-feira, Abdel Majid Mlegta, coordenador das operações militares do CNT, informara em Trípoli que Saif e o ex-chefe do serviço de inteligência kadafista, Abdullah al-Senoussi – também procurado por crimes de guerra -, tinham entrado em contato com o tribunal propondo a rendição.

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Segundo o CNT, Saif queria que um avião o retirasse do deserto, no sul da Líbia, mesmo que sob a custódia da corte. O TPI não diz onde está o filho de Kadafi, mas o porta-voz do tribunal, Fadi el-Abdallah, garante que um eventual acordo permitiria que o transporte ocorresse de forma segura. Além disso, o TPI disse estudar a possibilidade de interceptar qualquer avião no espaço aéreo de um país que seja signatário do tribunal em uma eventual fuga.

Ontem, o jornal francês Le Figaro informou que Saif já teria conseguido deixar o território líbio, escoltado por mercenários tuaregues. Ele teria cruzado pelo deserto a tríplice fronteira entre Líbia, Argélia e Níger, onde estaria refugiado. Envolvido nas negociações internas para a formação de um governo interino, o CNT não comentou as informações de ontem. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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