Desde a tomada de Trípoli pelos rebeldes, tem aumentado as evidências que Muamar Kadafi pode ter mentido sobre a morte de sua filha adotiva Hana durante um ataque aéreo norte-americano em 1986. O ataque atingiu a casa de Kadafi no complexo de Bab al-Aziziya, realizado como retaliação pelo atentado, patrocinado pela Líbia, contra um clube noturno em Berlim naquele mesmo ano, que matou dois soldados norte-americanos.

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Na época, Kadafi mostrou a jornalistas norte-americanos a fotografia de um bebê morto e disse que se tratava de sua filha adotiva Hama, no que foi a primeira menção à existência da menina. Diplomatas questionaram a afirmação, mas Kadafi manteve a história viva ao longo dos anos. Quando as investigações sobre o atentado que explodiu um avião da Pan Am, sobre a cidade escocesa de Lockerbie em 1988, indicaram a participação da Líbia na ação, algumas pessoas disseram que Kadafi poderia ter ordenado o ataque para vingar a morte de Hana.

Mas quando os rebeldes líbios tomaram Trípoli e Bab al-Aziziya na semana passada encontraram num quarto na casa de Kadafi uma a certidão de nascimento e fotografias de uma jovem com o nome “Hana” escrito atrás, indicando que ela ultrapassou a infância.

O funcionário de um hospital de Trípoli disse que Hana trabalhou com ele como cirurgiã até os rebeldes tomarem a cidade. Nesta terça-feira, funcionários do governo suíço confirmaram que o nome de Hana havia aparecido no início deste ano num documento suíço que listava os nomes de graduadas autoridades líbias que eram alvos de sanções.

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Segundo Adel Shaltut, diplomata líbio na ONU em Genebra, era de conhecimento geral que Hana Kadafi não foi morta no ataque norte-americano. “Todos os líbios sabiam, desde o início, que era mentira”, disse ele à Associated Press, afirmando que Hana é casada e tem filhos. Mas alguns líbios acreditam que após a morte de Hana, Kadafi adotou outra menina e deu a ela o mesmo nome. As informações são da Associated Press.