O ex-presidente de Cuba Fidel Castro rememorou hoje o 50º aniversário da criação dos Comitês de Defesa da Revolução (CDR) e assegurou que, graças ao apoio e vigilância dessas organizações, foram evitados ataques e assegurados projetos sociais. “Não vacilo em proclamar que cumprimos” nossos objetivos com os CDR, disse Castro, ante milhares de pessoas reunidas em frente ao antigo Palácio Presidencial.

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No mesmo lugar, ele pronunciou o discurso de criação dos CDR, com a missão de vigiar quadra a quadra o país, para evitar sabotagens e atentados como os que ocorreram várias vezes após o triunfo dos revolucionários, em 1959. Muitos desses ataques e ações foram organizados ou pagos pela inteligência norte-americana e por pessoas contrárias ao regime de Castro, com o objetivo de desestabilizar o regime comunista da ilha, segundo documentos tornados públicos pelos Estados Unidos em anos posteriores.

Vestido de verde-oliva e com seu chapéu militar, Fidel lembrou suas declarações de 1960, durante um discurso que durou 1h15, o mais longo desde sua reaparição pública, em julho. Fidel recordou o motivo da criação dos CDR. Segundo ele, é “um privilégio” poder estar nesse ato “50 anos depois”.

Fidel deixou o poder em 2006, por causa de uma enfermidade que quase o matou. Hoje, com 84 anos, ele recordou que em 1960 ainda não havia sido instituído formalmente o embargo dos Estados Unidos contra a ilha, tampouco “os erros que se cometem em qualquer revolução”, disse, em uma pouco usual autocrítica.

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É a segunda aparição do ex-governante em um ato do tipo desde que, em julho, voltou a se apresentar em público, após quatro anos se recuperando de várias cirurgias intestinais. Agora, o país é comandado pelo irmão de Fidel, Raúl Castro. Fidel voltou a falar sobre os riscos de uma guerra nuclear, um tema frequente em seus escritos e encontros mais recentes. Entre os presentes no ato estava a esposa do ex-governante, Dalia Soto del Valle.