Fidel não concordava com projeto nuclear norte-coreano

O ex-presidente cubano Fidel Castro revelou nesta sexta-feira (25) que Cuba advertiu um ano atrás a Coréia do Norte sobre “o dano” que a produção de armas nucleares “poderia ocasionar aos países pobres” e saudou a recente suspensão do programa nuclear.

Na segunda parte de uma de suas “Reflexões do companheiro Fidel”, intitulada “As duas Coréias”, Fidel disse que após o teste nuclear norte-coreano, “transmitimos ao governo da Coréia do Norte o dano que isso poderia ocasionar” ao Terceiro Mundo.

Fidel advertiu que essa ação seria contraproducente na “luta desigual e difícil” dos países pobres “contra os planos do imperialismo em uma hora decisiva para o mundo”. Segundo ele, “talvez não fosse necessário fazê-lo. Kim Song Il [presidente norte-coreano], chegado a esse ponto, decidira de antemão o que deveria fazer, levando em conta os fatores geográficos e estratégicos da região”.

“Nos satisfaz a declaração da Coréia do Norte sobre a disposição de suspender seu programa de armas nucleares”, escreveu o ex-presidente cubano, que se recupera de problemas de saúde desde julho de 2006.

“Isso não tem nada a ver com os crimes e chantagens” do presidente norte-americano, George W. Bush, que “agora se gaba da declaração coreana como êxito de sua política de genocídio”, disse.

Fidel Castro, que não se candidatou à reeleição no cargo de presidente e renunciou ao de comandante-em-chefe em fevereiro devido a seu estado de saúde, completa esta semana dois anos de convalescença desde que sofreu uma hemorragia intestinal.