Fidel Castro completa 86 anos com discrição e sem grande festa

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro completou 86 anos nesta segunda-feira sem grandes celebrações públicas e com certa indiferença da população da ilha, mas sendo recordado pela imprensa oficial e por alguns líderes internacionais aliados.

Passados seis anos desde que deixou o poder devido a uma grave doença, o aniversário do homem que governou Cuba durante quase meio século esteve marcado pela discrição, como foi a tônica nos últimos anos.

Um dos poucos atos públicos para festejar a data foi protagonizado por centenas de crianças no Palácio Central dos Pioneiros Ernesto Che Guevara, em Havana, onde cantaram músicas dedicadas ao líder cubano e cortaram um grande bolo de cor azul com a mensagem “Felicidades Comandante”.

Também nesta segunda-feira será inaugurada na capital cubana a exposição “Com todos os sentidos”, formada por 13 imagens de destacados fotógrafos cubanos que foram modificadas artisticamente por vários pintores locais.

Na imprensa local (todos oficiais) se lembrou o 86º aniversário de Fidel Castro ao informar das felicitações enviadas por presidentes aliados como o boliviano Evo Morales ou com reportagens na televisão sobre sua casa natal em Birán, na província oriental de Holguín.

Além de Evo Morales, outros governantes de países aliados de Cuba enviaram mensagens a Fidel Castro, como o nicaraguense Daniel Ortega e o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich.

Também foram divulgados na imprensa local artigos, algum deles sem sequer mencionar a idade que completa o ex-presidente, como o caso do jornal “Granma” que se limitou a recolher opiniões (todas elogiosas) de cubanos famosos sobre o líder da Revolução Cubana.

Na rua alguns cubanos consultados pela Agência Efe mostraram indiferença – principalmente os jovens – pelo aniversário, enquanto os mais velhos tiveram palavras de elogio para o “comandante”.

“Para mim pessoalmente há muito tempo que não me diz nada”, disse à Efe Elmer, um jovem cubano de 24 anos, enquanto Yamileidi, um estudante de 13 anos, confessou que não se lembrava da data, embora tenha ressaltado que Fidel é uma figura “muito importante”.

Já Teresa Sánchez, professora aposentada de 66 anos, salientou que, graças ao ex-presidente, ela e seus irmãos puderam estudar e formar-se em universidades, mesmo sendo de uma família pobre.

“Ele pode ter cometido erros, mas e daí? O ser humano não comete erros? Penso que os mal-agradecidos falam das manchas e os agradecidos falam da luz”, declarou.

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