O ex-presidente de Cuba Fidel Castro acusou o México de ocultar informações sobre surto de gripe suína para não atrapalhar uma visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama ao país. Segundo Fidel, as consequências são sofridas agora por vários países onde a doença apareceu. Fidel disse que devido à ocultação da informação “neste momento nós e dezenas de outros países pagamos o pato e ainda nos acusam de tomar medidas lesivas ao México”. O titular da Casa Branca fez uma visita ao México sete dias antes do anúncio do surto da doença.
Ao ser questionado sobre os comentários do ex-presidente cubano, o ministro da Saúde mexicano, José Angel Córdova, afirmou que “nunca houve” informação oculta e que o governo divulgou “com luxo de detalhes” a cronologia dos informes enviados para a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele afirmou também que não seria adequado enviar informações a Fidel, já que nem sequer as solicitou. Cuba comunicou ontem o primeiro caso de gripe suína em seu território, um jovem mexicano que estuda medicina na província de Matanzas e esteve recentemente de férias em seu país.
Em uma de suas colunas publicadas ontem, Fidel criticou os comentários do presidente Felipe Calderón, que protestou contra a suspensão dos voos a partir do México decretados por Cuba e ameaçou postergar uma viagem oficial à ilha. “De que se queixou o presidente mexicano, com relação às medidas que Cuba adotou, de acordo com as normas estabelecidas e sem a menor intenção de afetar ao povo irmão do México?”, perguntou Fidel. Ele respondeu que as autoridades mexicanas “agora nos ameaçam com a suspensão da visita do presidente Calderón, que já havia sido suspensa anteriormente por outras razões compreensíveis e alheias à epidemia”.