Partidários do governo esquerdista da Venezuela e forças da oposição fizeram comícios rivais nas ruas de Caracas nesta quarta-feira, com a tensão no país rico em petróleo ainda elevada após o resultado apertado da eleição presidencial do mês passado.
O presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, e o líder da oposição, Henrique Capriles, que foi derrotado nas urnas, orientaram seus simpatizantes a participarem de marchas por ocasião do Dia dos Trabalhadores. Ambos os lados se esforçaram para arregimentar participantes diante da polêmica causada pela eleição, que a oposição diz ter sido fraudada pelo Partido Socialista.
Maduro foi declarado vencedor da eleição do último dia 14 por uma pequena margem de 1,5 ponto porcentual – bem menor do que se esperava – sobre Capriles. O candidato oposicionista se recusa a reconhecer a derrota, alegando que ocorreram milhares de casos de votos fraudados e de intimidação no dia da eleição. Capriles diz que vai pedir a realização de uma nova eleição à corte suprema do país e a tribunais internacionais.
Nove pessoas morreram em conflitos ocorridos entre os grupos rivais após a divulgação da votação, segundo o governo, com ambos os lados trocando acusações de estarem instigando a violência com propósitos políticos. O governo também ameaça acusar formalmente líderes oposicionistas de incitarem tumultos, enquanto os rivais afirmam que convocaram apenas manifestações pacíficas.
“O risco de confrontos violentos é maior hoje já que tanto o governo quanto a oposição planejam marchas por ocasião do Dia do Trabalhador”, afirmou Casey Reckman, analista do Credit Suisse, em nota a clientes divulgada mais cedo.
Segundo Diosdado Cabello, líder da Assembleia Nacional venezuelana, o governo decidiu mudar o trajeto de sua marcha para evitar confrontos. As informações são da Dow Jones.