O presidente Michel Temer (MDB) classificou como “incogitável” o fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela, como quer o governo de Roraima em ação ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 13. Em Lima, no Peru, onde participa da 8ª Cúpula das Américas, o presidente afirmou a jornalistas que avaliou a petição do governo roraimense e notou que muitos dos pedidos feitos pelo Estado do Norte do País já estão sendo executados. “Fechar fronteira é incogitável”, afirmou.
O presidente disse que “não é hábito do Brasil” fechar fronteiras e que a hipótese solicitada pelo governo de Roraima não encontra respaldo no Palácio do Planalto. “Isso não é habito do Brasil. O Brasil não fecharia fronteiras e nem espero que o Supremo venha decidir dessa maneira”, disse.
“Creio que esse pleito não sei se tem, com a devida vênia, muita significação. Percebi que muitas das medidas pleiteadas já estão sendo tomadas”, disse Temer, ao mencionar a assistência do governo federal com recursos financeiros e profissionais para o atendimento dos venezuelanos que fogem das condições do país vizinho. O presidente deu como exemplo a adoção de um documento de identidade provisório emitido aos venezuelanos – proposta da Procuradoria-Geral da República.
Sobre a hipótese de o Brasil adotar punições ao governo da Venezuela, Temer disse que Brasília já tem feito isso pela via diplomática. O presidente deu como exemplo a não permanência da Venezuela no Mercosul. “Tempos atrás até tentamos mandar alimentos e remédios para lá e foi negado pelo governo da Venezuela. Queremos ajudar humanitariamente”, disse.