O papa Bento XVI disse a líderes de várias religiões que a fé nunca deveria ser usada como justificativa para ações violentas. A declaração foi feita em encontro com aiatolás, patriarcas ortodoxos cristãos, rabinos, monges budistas e pastores de diversas correntes.

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"Em um mundo ferido por conflitos, onde a violência é justificada em nome de Deus, é importante repetir que a religião nunca pode se tornar veículo para o ódio. Ela nunca pode ser usada em nome de Deus para justificar a violência", afirmou o pontífice. "Ao contrário, religiões podem e devem oferecer recursos preciosos para a construção de uma humanidade pacífica, porque falam de paz no coração do homem.

Durante missa a céu aberto, Bento XVI condenou a violência prevalecente em Nápoles e propôs programas nas escolas e nos locais de trabalho para mudar a "mentalidade de violência" que, segundo ele, tem atraído jovens que têm poucas oportunidades econômicas.

"Há tantas situações de pobreza, de moradia inadequada, de desemprego e de subemprego, de falta de perspectivas para o futuro. Não é somente o número lamentável de crimes da Camorra, mas também o fato de que a violência tende, infelizmente, a tornar-se uma mentalidade difusa, insinuando-se na vida social, no centro histórico e nos novos subúrbios sem face, com o risco de atrair especialmente os jovens", acrescentou.

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Na catedral de Nápoles, o papa rezou diante das relíquias de San Gennaro, o patrono da cidade. Bento XVI almoçou com vários líderes religiosos, entre eles Din Syamsuddin, presidente da Muhammadiyah, segunda maior organização islâmica da Indonésia, Yoná Metzger, um dos rabinos-chefes de Israel, o arcebispo de Canterbury (Igreja Anglicana), Rowan Williams, o patriarca ortodoxo Bartolomeu I, e o presidente do Conselho Mundial de Igrejas, reverendo Samuel Kobia, além de representantes budistas hindus e zoroastristas.