Farc tinham estratégia para libertar reféns

As Farc tinham uma estratégia para libertar mais reféns – e a exata noção do que queriam em troca. É o que indica um relatório enviado em 14 de fevereiro pelo guerrilheiro Iván Márquez, responsável pelos contatos com o governo venezuelano. Márquez fala numa "estratégia por etapas", supostamente desenhada pelo líder Manuel Marulanda.

Primeiro, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, proporia a formação de um grupo que incluiria vários países da região para ajudar a resolver o conflito na Colômbia – o grupo "Ilha Margarita". De fato, Chávez chegou a anunciar que faria uma proposta desse tipo, sem dar detalhes, dias antes de Reyes ser morto, no Equador. Em seguida, esse grupo pressionaria pela desmilitarização de uma área para a negociação nos municípios de Pradera e Florida, exigência antiga das Farc. Chávez aumentaria a pressão para que mais países reconhecessem as Farc como força beligerante. A terceira etapa seria a entrega de provas de vida de nove militares reféns da guerrilha e a quarta, a libertação dos reféns civis que ainda fazem parte do grupo de seqüestrados políticos.

A alternativa, caso a pressão pela área desmilitarizada não surtisse resultados, seria entregar os reféns para Chávez, desde que o governo colombiano também concordasse em enviar à Venezuela os 500 guerrilheiros presos. "A guerrilha está convertendo os reféns em moeda de troca por reconhecimento político e mais legitimidade perante a comunidade internacional" diz Alfredo Rangel, diretor da Fundação Segurança e Democracia, em Bogotá. "As Farc estão desmoralizadas agora que o mundo repentinamente descobriu que eles mantêm centenas de reféns em condições desumanas.

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