As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) recordaram neste sábado Raúl Reyes, porta-voz e número dois da guerrilha, morto em 1º de março de 2008 em território equatoriano durante uma operação militar colombiana.
Considerada ilegal por não contar com autorização do governo equatoriano, a incursão deixou 26 mortos e causou o rompimento das relações diplomáticas entre Equador e Colômbia.
A guerrilha enfatiza que Reyes morreu “quando dedicava todos seus esforços em busca de caminhos que nos permitiriam confluir com todos aqueles que, assim como nós, sonham com uma Colômbia em paz, com justiça social, dignidade e soberania”.
A morte do porta-voz da guerrilha foi “um golpe sensível contra nossa organização” e uma “punhalada à possibilidade real de conquistar a paz na Colômbia. O que havia sido feito até esse momento foi destruído em um só golpe”, diz a organização.
A guerrilha também condenou a atitude do governo colombiano, de Álvaro Uribe, lamentando que o presidente tenha utilizado os computadores de Reyes para realizar “uma montagem contra personalidades da Colômbia e do exterior, com o único intuito de acabar com as possibilidades de continuar avançando na construir soluções distintas à guerra”.
Com os documentos encontrados nos computadores apreendidos durante a operação militar colombiana, o governo Uribe acusou os governos do Equador e da Venezuela de manterem supostos vínculos com a guerrilha.
Também foi recordada a morte de Ivan Ríos, outro dirigente da cúpula da guerrilha, assassinado uma semana após Reyes, em 7 de março do mesmo ano. O alto comandante foi morto por Pedro Pablo Montoya, que o mutilou e entregou partes de seu corpo ao exército colombiano.