Bogotá – Parentes de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) manifestaram nesta sexta-feira (30) sua alegria com a divulgação de vídeos e cartas que provam que seus familiares estão vivos.
Na madrugada de hoje, o governo colombiano informou ter encontrado com três supostos membros das Farc cinco vídeos e sete cartas dando provas de vida de 17 dos 45 reféns da guerrilha.
Nos vídeos aparecem a ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, refém das Farc há mais de cinco anos, o ex-senador Luis Eladio Pérez, assim como vários oficiais da polícia e do exército colombianos, além dos norte-americanos Keith Stansell, Thomas Howes e o luso-americano Mark Gonçalves.
"Estamos superfelizes com a aparição destas provas e podemos ver que estavam sendo feitas muitas coisas na negociação da senadora Piedad Córdoba e do presidente venezuelano, Hugo Chávez", disse Patricia Medina, mulher do norte-americano Keith Stansell.
"Para mim parece que é como se ele tivesse voltado, apesar de estar longe", declarou Ana Buitrago, mãe do cabo de polícia Julio César Buitrago Cuesta, seqüestrado em 3 de agosto de 1998 e de quem não se tinha prova de vida há quatro anos.
"Estou feliz porque pela primeira vez pudemos ver Luis em um vídeo, porque está vivo, feliz porque tem uma vontade que demonstra em sua atitude", disse Angela Rodríguez, mulher do ex-senador Luis Eladio Pérez.
Esperanza Marulanda, irmã do sargento Ricardo Marulanda, que também aparece em um dos vídeos, disse que os familiares sentiram "uma grande alegria mas também a incerteza em saber se vamos voltar a vê-los".
Apesar de felizes, os familiares dos reféns voltaram a lamentar o fim da mediação do presidente venezuelano Hugo Chávez e da senadora colombiana Piedad Córdoba nas negociações entre o governo da Colômbia e as Farc, visando um intercâmbio humanitário entre 45 reféns do grupo e 500 guerrilheiros presos pelo governo.
O fim da mediação, que segundo os familiares dos reféns estava progredindo, desencadeou uma crise diplomática entre Colômbia e Venezuela.
Angela Rodríguez disse que lhe dá "tristeza" o fim da mediação de Chávez e Piedad, porque esta "ia avançando". "Era uma porta para a liberdade de nossos familiares que se fechou", disse ela.
