Familiares de mineiros exigiram respostas hoje de funcionários do setor de mineração por uma explosão de gás subterrânea que deixou pelo menos 104 homens mortos, no nordeste da China. A explosão de sábado na cidade de Hegang, na província Heilongjiang, ocorreu à noite, enquanto 500 mineiros trabalhavam no subsolo. A maioria deles escapou, mas houve 104 mortes confirmadas e outros quatro desaparecidos devem estar mortos, informou a agência estatal Xinhua. A busca pelos desaparecidos continua, segundo a agência.
A explosão na mina de carvão Xinging, que pertence ao estatal Heilongjiang Longmei Mining Holding Group, foi a mais mortífera no setor de mineração chinês em dois anos. O caso mostra como a forte demanda por energia gerada pelo carvão também tem um alto custo humano. “Por que vocês não nos dizem nada?”, gritou um dos familiares, às portas dos escritórios da companhia mineira. “Nem mesmo um telefonema!” Um funcionário da mina, que pediu anonimato, divulgou uma lista de mortos e reconheceu que houve erro na demora em divulgar a relação de vítimas.
As investigações iniciais revelaram ter havido falha na gerência da mina, que demorou a retirar os trabalhadores quando foi apontada uma alta quantidade de gás na área. A informação foi divulgada pelo chefe da Administração Estatal de Segurança do Trabalho, Luo Lin, segundo a Xinhua. O dirigente disse que houve erros no gerenciamento da mina, e essa lição “deve ser aprendida por todos nós”.
Ele afirmou que haverá uma investigação para se determinar a causa exata do problema. Após a explosão, o diretor, o vice-diretor e o engenheiro-chefe da mina Xinging foram demitidos, segundo a imprensa estatal. A China tem a indústria mineira com mais mortes do mundo, porém o carvão é vital para sua economia.