A família do falecido governante líbio Muamar Kadafi planeja entrar com uma ação judicial contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Tribunal Penal Internacional (TPI), por causa do papel desempenhado pela aliança atlântica no assassinato do ex-governante, disse nesta quarta-feira um advogado da família Kadafi. Kadafi, de 69 anos, foi morto com um tiro na cabeça na quinta-feira passada, após forças do governo interino líbio terem tomado em assalto a cidade de Sirta. As circunstâncias da morte de Kadafi ainda não foram esclarecidas, mas já foi confirmado que um caça francês da Otan atacou o comboio onde o ex-governante fugia.

continua após a publicidade

Marcel Ceccaldi, advogado francês que no passado trabalhou para o regime de Kadafi e agora representa a família Kadafi, disse que uma queixa judicial será apresentada ao TPI, sediado em Haia. Segundo Ceccaldi, o ataque da Otan foi um episódio que levou ao assassinato do ex-governante, horas mais tarde, informa a agência France Presse (AFP).

“O assassinato de alguém protegido pela Convenção de Genebra é definido como crime de guerra de acordo com o artigo 8 do Estatuto de Roma do TPI”, disse Ceccaldi. Ele não sabe quando a ação será impetrada, mas disse que ela deverá ter na mira tanto os corpos executivos da Otan quanto os líderes dos países da aliança atlântica.

“O homicídio de Kadafi mostra que o objetivo da Otan e seus Estados membros não era proteger civis líbios e sim derrubar o regime”, disse Ceccaldi.

continua após a publicidade

O Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia anunciou uma investigação sobre a morte de Kadafi.

As informações são da Dow Jones.

continua após a publicidade