A família de Jean Charles de Menezes declarou na sexta-feira (12), depois de o júri ter rejeitado a alegação da Scotland Yard de que ele teria sido vítima de homicídio justificável durante uma operação contra terroristas, que o inquérito sobre a sua morte foi manipulado. Uma declaração da família, divulgada por meio do grupo Justice4 Jean, dizia: “Após 3 meses de depoimentos, 100 testemunhas e milhões de libras gastas, o juiz Michael Wright presidiu um inquérito completamente manipulado. Ele tem rejeitado todos os artigos de acusação que motivaram a investigação sobre as circunstâncias da morte de Jean.”
Wright proibiu os jurados do inquérito de optar pelo veredicto de homicídio injustificável. Então, o júri escolheu a opção mais crítica que lhe restou – a de um veredicto inconclusivo. A equipe de advogados da família confirmou ter entrado com recurso judicial contra a exclusão do veredicto de homicídio injustificável. Em entrevista concedida à Press Association, Maria Otone de Menezes, a mãe de Jean Charles, disse: “A justiça ainda não foi feita.” Maria Otone, que viajou à Grã-Bretanha para acompanhar o inquérito, disse acreditar que alguns policiais mentiram durante os depoimentos e pediu a renúncia de Cressida Dick, a comandante da operação que resultou na morte de Jean Charles.
“O mais difícil de ouvir durante o inquérito foi quando o policial afirmou ter atirado em Jean três vezes e seu colega, seis vezes. Tudo que foi dito durante o inquérito foi muito difícil de escutar. Mas estas palavras foram as piores. Foi realmente doloroso”, afirmou.