Relatório sobre a Venezuela apresentado no domingo, em Madri, na reunião anual da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), sugere que “as graves e repetidas violações por parte do atual governo” sejam investigadas pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. “A situação tem piorado muito”, disse o autor do relatório, David Natera, vice-presidente da SIP para a Liberdade de Expressão na Venezuela. “Cada dia é maior o confronto do presidente Hugo Chávez com a democracia.”

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De acordo com o documento, integrantes do poder “tentam ocultar e negar fatos, ameaçam, perseguem, fecham o acesso à fonte de informação oficial e suprimem a informação estatística”. O texto assinala também que “a função dos meios e dos jornalistas independentes é cada vez mais difícil e perigosa” na Venezuela. Ele cita um episódio ocorrido no dia 23, no qual “ativistas ligados a Chávez lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra a sede do canal de notícias Globovisión”. O grupo que reivindicou o ataque declarou a emissora e seu diretor, Alberto Federico Ravell, “objetivos militares”, diz o relatório.

 

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Em Caracas, o ministro do Interior da Venezuela, Tarek Aissami, rejeitou as acusações, qualificando a SIP de “franquia do império americano”. “A SIP é uma organização na qual se agrupam donos de meios de comunicação da oligarquia. Pouco nos preocupa seu pronunciamento”, disse Aissami.

 

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Colômbia

 

Já o relatório da SIP sobre a Colômbia protesta contra o uso, pelo Exército colombiano, do nome do canal internacional de TV da Venezuela Telesur durante a operação de resgate de 15 reféns em julho, incluindo a ex-senadora Ingrid Betancourt. Militares disfarçaram-se de repórteres como parte da artimanha para enganar guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que acreditaram que se tratava de uma transferência.

 

“O uso de uma equipe jornalística pelas Forças Armadas aumenta ainda mais a vulnerabilidade enfrentada pelo jornalismo na Colômbia, principalmente nas zonas em que se encontram grupos armados ilegais, e implica o desconhecimento do fato de que os jornalistas são civis dentro dos conflitos armados”, critica o relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.