Falta de energia ronda a Argentina

O governo da presidente Cristina Kirchner, ainda mergulhado numa trégua de poucas semanas com o setor agropecuário argentino, agora se depara com as perspectivas de uma dura crise energética para o inverno, que poderia esfriar o crescimento industrial, além de pôr em risco o fornecimento de gás para automóveis e o abastecimento residencial. Segundo um relatório confidencial elaborado pelas empresas de energia para o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, quando as temperaturas baixarem a escassez de gás será mais grave do que em 2007, ano em que a falta de energia paralisou mais de 900 indústrias.

No caso de um inverno benevolente, com temperaturas médias de 15°C, o país consumiria uma média de 181,49 milhões de metros cúbicos (m³). O problema é que só há disponibilidade de 132,45 milhões de m³ de gás. Segundo o relatório do governo, divulgado pelo jornal La Nación, o país terá um déficit sem precedentes, de 49,04 milhões de m³ de gás. Se o inverno for moderado, com temperaturas médias de 10°C, a necessidade de gás aumentaria, e o déficit seria de 62 milhões de m³. Mas, se o inverno for rigoroso, com média de 5°C, o déficit chegaria a 80,52 milhões de m³ de gás.

Em qualquer desses cenários – e se prevalecer a política aplicada no ano passado pelo então presidente Néstor Kirchner – o setor industrial será novamente vítima do racionamento de energia. A crise energética – que ameaça a Argentina desde 2004 – é um dos pesadelos do casal Kirchner. No ano passado, além do racionamento para as indústrias no inverno, os sufocantes dias de verão provocaram uma disparada do consumo para a qual o setor energético não estava preparado. O resultado foram centenas de apagões em bairros residenciais das principais cidades.

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