O ministro da Indústria da França, Christian Estrosi, disse que cerca de 3.200 postos de combustível da França ainda não haviam recebido novos suprimentos no início desta quinta-feira. O número equivale a 24,2% do total de postos do país. A França tem sofrido com a falta de combustível, após refinarias interromperem a produção devido aos bloqueios e à greve dos trabalhadores contra a reforma previdenciária. O plano do governo do presidente Nicolas Sarkozy prevê o aumento da idade mínima para a aposentadoria de 60 para 62 anos.
O ministro Christian Estrosi contou que os manifestantes bloqueiam 14 depósitos de combustível, de um total de 200 na França. Estrosi disse ainda que as autoridades estavam garantindo o acesso aos depósitos de combustível por todo o país, e que o suprimento de combustível está gradualmente voltando ao normal.
Ontem, Sarkozy determinou que todos os depósitos fossem desbloqueados. O presidente francês afirma que não recuará na reforma previdenciária, sob a alegação de é necessário conter o déficit orçamentário no país. Já os trabalhadores reclamam que pagam injustamente pelo desequilíbrio nas contas públicas.
Os aeroportos também foram afetados pelos protestos da quarta-feira, pois os manifestantes bloquearam as rodovias de acesso. A operadora de aeroportos Aeroports de Paris advertiu para o risco de atrasos, e os canais de televisão mostraram pessoas buscando rodovias alternativas e até escalando cercas no aeroporto para tentar pegar seus voos.
A ministra das Finanças, Christine Lagarde, disse ontem que as paralisações e bloqueios estavam prejudicando a imagem da França e ameaçavam minar a recuperação econômica do país.
Protestos e violência
Os protestos também se tornaram violentos nos últimos dias. O centro de Lyon foi palco da radicalização anteontem, quando manifestantes queimaram carros e destruíram pontos de ônibus. Desde 12 de outubro, 1.901 pessoas foram presas por causa dos protestos, disse nesta quinta-feira o ministro do Interior, Brice Hortefeux, em entrevista à rádio Europe 1.
O projeto de reforma previdenciária deve passar no Senado até o fim desta semana, depois seguirá para uma comissão do Legislativo que faz a adequação do texto aprovado na Câmara dos Deputados com o do Senado. Um porta-voz do governo disse na quarta-feira que o Executivo não pretende fazer mais emendas ao projeto. As informações são da Dow Jones.