Bastará mais um milagre de João Paulo II para ele ser canonizado ou declarado santo. Ou nem isso, se o papa Bento XVI dispensar essa exigência, para acelerar o processo. Nesse caso, bastaria somente a reafirmação das virtudes heroicas, já comprovadas para a beatificação.
A julgar pelo procedimento adotado por Bento XVI, que em 2005, logo após a morte de Karol Wojtyla, ignorou o prazo de cinco anos previsto para o início da causa que daria ao amigo o título de beato, é provável que a canonização não demore.
Essa é a previsão de Irmã Célia Cadorin, a freira brasileira que trabalhou como postuladora nos processos de Santa Paulina e de Santo Antônio Galvão e atualmente atua nas causas de duas dezenas de candidatos a santo no Brasil. “O papa tem poder para dispensar o milagre e acredito que ele vá fazer isso, porque a santidade de João Paulo II é reconhecida”, disse Irmã Célia.
O processo
A beatificação é o último passo para a canonização ou santificação daqueles que a Igreja apresenta como modelo de vida cristã. Embora seja considerado santo, o beato tem um culto regional, limitado aos lugares e à comunidade em que viveu, enquanto o canonizado goza de culto universal, podendo ter sua imagem nos altares de qualquer templo.
A exigência de fama de santidade, de reconhecimento de virtudes heroicas e da aprovação de um milagre obtido por sua intercessão vale para os dois casos – beatificação e canonização.
Os processos correm na Congregação para a Causa dos Santos, na Cúria Romana, que examina todos os documentos e a autenticidade do milagre. A cura de doença considerada milagre passa pelo crivo de médicos e peritos, nem sempre católicos, para se comprovar que se trata de intervenção sobrenatural. Durante seu pontificado, de 26 anos, João Paulo II fez 1.338 beatos e 482 santos. A maioria das celebrações – 86 de 147 beatificações e 38 de 52 canonizações – foi realizada no Vaticano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.