Terá início em março a exumação dos restos mortais de vítimas dos nazistas no cemitério de um hospital no oeste da Áustria. O cemitério, localizado na cidade de Hall, contém os restos mortais de 220 pessoas. Funcionários do hospital disseram aos jornalistas que, embora não se acredite que todas tenham sido vítimas da campanha de eutanásia nazista, as evidências indicam que pelo menos algumas foram mortas de forma organizada. Os nazistas descreviam os mortos – alguns com deficiência mental ou física, homossexuais, ciganos ou outros que não se enquadravam nos ideais de Hitler – como “vidas inúteis”.
Em toda a Europa, 750 mil pessoas, dentre elas cinco mil crianças, foram mortas por causa de suas deficiências físicas, mentais ou sociais, reais ou imaginárias, que não se enquadravam nas pseudo ideias arianas dos nazistas. Centenas delas foram enviadas do instituto psiquiátrico do hospital de Hall para o principal local dos assassinatos, um castelo na cidade austríaca de Hartheim, onde cerca de 30 mil pessoas foram mortas nas câmaras de gás ou receberam injeções letais.
Embora a campanha de eutanásia tenha sido formalmente declarada encerrada em 1941, alguns hospitais na Áustria e na Alemanha continuaram a matar pessoas consideradas deficientes, negando-lhes comida, com medicamentos e outros métodos, o que resultou em centenas de vítimas.
O início das investigações coincidiu com o planejamento de um projeto de construção no local do cemitério. O processo foi suspenso até o fim das investigações e a exumação das covas para o estabelecimento da identidade das pessoas, como foram mortas e o contato com parentes, tarefa que segundo as autoridades vai levar dois anos. As informações são da Associated Press.