Duas explosões ocorridas hoje perto de um complexo da polícia na cidade de Bannu, no noroeste do Paquistão, mataram pelo menos 11 pessoas e deixaram mais de 30 feridos, incluindo o chefe da polícia local, informaram autoridades. O atentado é uma mostra das ameaças à segurança nas regiões paquistanesas perto da fronteira com o Afeganistão. O risco existe apesar de recentes ofensivas do Exército do Paquistão e dos ataques com mísseis realizados pelos Estados Unidos contra combatentes da Al-Qaeda e do Taleban na região.
A segunda explosão ocorreu enquanto os encarregados do resgate respondiam ao primeiro atentado. Essa tática já foi usada anteriormente, mas não é comum. Os militantes realizaram vários ataques contra as forças de segurança nos últimos anos, como forma de minar a confiança pública em um governo já fraco. Ontem, um suicida matou dez policiais, seis civis e um paramilitar na região tribal de Passo Khyber.
Nenhum grupo reivindicou os atentados. O principal suspeito no caso é o Taleban no Paquistão. As explosões ocorrem no momento em que há incerteza sobre se o comandante da organização no país, Hakimullah Mehsud, morreu dos ferimentos causados por um ataque com míssil disparado pelos EUA no meio de janeiro. O Taleban nega a morte, mas não comprovou que Mehsud está vivo.
Uma luta pelo poder na sucessão pode temporariamente enfraquecer o Taleban no Paquistão, mas dificilmente vai atrapalhar sua capacidade de realizar ataques mortíferos. Os militares paquistaneses têm enfrentado o grupo militante em seu principal bastião, o Waziristão do Sul, há meses. Autoridades acreditam que boa parte da infraestrutura do grupo foi prejudicada por essa incursão militar, mas muitos militantes aparentemente fugiram para outras áreas do país.