Exigência dos EUA contraria acordos, diz vice de Israel

A exigência norte-americana para que Israel congele as obras em assentamentos nos territórios palestinos ocupados contraria recentes acordos entre Washington e Tel-Aviv, alegou hoje Dan Meridor, vice-primeiro-ministro israelense. A declaração de Meridor, considerado um dos mais moderados integrantes do atual governo conservador israelense, coloca em evidência as crescentes divergências entre Estados Unidos e Israel por conta da continuidade das construções de casas nas colônias judaicas da Cisjordânia. Numa conversa com jornalistas estrangeiros, Meridor pediu que os acordos do passado sejam honrados pelos EUA, para não levar a questionamentos a legitimidade de futuros acordos.

“Não fizemos um acordo com o governo anterior. Fizemos um acordo com os Estados Unidos”, disse Meridor. O presidente norte-americano, Barack Obama, tem pedido que Israel suspenda as obras de expansão de assentamentos judaicos como forma de criar confiança e permitir a retomada das negociações de paz com os palestinos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que não construirá novos assentamentos, mas alega que são necessárias obras para acomodar o que chama de “crescimento natural” das colônias.

Quase 500.000 israelenses vivem atualmente em áreas ocupadas da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental – tomadas por Israel durante a Guerra dos Seis Dias (1967) e reivindicadas pelos palestinos como parte de seu futuro Estado. Autoridades israelenses e o ex-funcionário da Casa Branca Eliot Abrams mencionaram recentemente uma série de entendimentos escritos e verbais alcançados durante o governo George W. Bush que aparentemente permitiriam construções nos assentamentos, mas dentro de um limite. Um roteiro para a paz proposto por Bush no início de seu mandato exigia de Israel o fim da expansão dos assentamentos.

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