Um repórter que acompanhou a missão humanitária que resgatou os quatro reféns sob poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disse que o exército colombiano interveio e atrasou a libertação. Jorge Enrique Botero disse que a missão da Cruz Vermelha Internacional, que seguia em helicóptero emprestado pelo exército brasileiro, foi acossada por aeronaves militares.
Botero falou ao vivo, por telefone, com a rede de televisão venezuelana Telesur a partir de uma clareira na floresta, onde a entrega dos reféns estava prestes a acontecer. “Essa perseguição foi ordenada por comandantes militares. A operação esteve basicamente a ponto de ser abortada”, afirmou Botero. Ele afirmou ter gravações de áudio, incluindo transmissões de rádio com as conversas dos pilotos militares, que comprovariam a acusação.
Autoridades do exército colombiano não comentaram as alegações do jornalista. Um porta-voz disse que o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, foi informado. O comissário de paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, disse que as acusações são infundadas. Segundo ele, um acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha havia estabelecido que não haveria voos militares até 20 mil pés de altura na região.
O comandante da guerrilha encarregado da operação também falou à rede venezuelana Telesur. Segundo ele, o exército colombiano matou um rebelde de sua unidade em combate hoje pela manhã. Restrepo não negou diretamente a acusação, mas disse estar acostumado “com as mentiras das Farc”.