Forças do Sri Lanka combatem os rebeldes do Exército de Libertação dos Tigres do Tâmil Eelam (LTTE) em três frentes, empurrando os rebeldes cada vez mais para o interior do território controlado por eles, informaram os militares. A crescente preocupação com as dezenas de milhares de civis que se encontram na zona de guerra fez com que um novo grupo de representantes internacionais fosse para Colombo com o objetivo de reunir-se com o governo local. Cerca de 200 mil civis que já fugiram da zona de conflito lotam campos de refugiados no norte cingalês.

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O Exército disse que capturou uma fortificação pertencente aos rebeldes após luta ontem ao longo das fronteiras da faixa costeira de 4,5 quilômetros que continua sob controle rebelde. As tropas avançaram ainda mais hoje, informaram os militares. “As tropas estão se movimentando vagarosamente para dentro da área a partir do oeste, norte e sul”, disse o porta-voz militar brigadeiro Udaya Nanayakkara.

O governo prometeu esmagar o grupo rebelde e pôr fim à guerra civil que já dura um quarto de século. Em consideração aos civis que se encontram na zona de guerra, o governo prometeu, na semana passada, parar de usar artilharia, morteiros e ataques aéreos contra a região. Porém, profissionais de saúde na área relatam que os bombardeios continuam, dentre eles o ataque contra um hospital provisório que provocou a morte de 64 pacientes e pessoas que estavam no local no sábado.

O hospital quase foi atingido novamente ontem, quando bombas caíram a cerca de 100 metros do local, disse o principal funcionário de saúde na zona de guerra, Thurairaja Varatharajah. O ataque assustou a maior parte dos funcionários que ainda trabalham na única instalação médica na área, disse ele. Barcos da Marinha também dispararam uma grande quantidade de bombas ao longo da costa hoje, quando famílias famintas estavam na praia para comprar peixe dos pescadores, disse Varatharajah, por telefone.

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Varatharajah disse que um pai e sua filha, que moravam próximos á sua casa, foram mortos por uma bomba quando se encaminhavam para um poço para se lavarem. Não há contagem precisa dos mortos e feridos porque a funcionária encarregada desse trabalho ficou ferida no ataque de sábado, disse ele. Os militares negam os bombardeios na região, dizendo que suas tropas usam apenas armas pequenas nos confrontos. Muitas pessoas na área lutam para conseguir comida e vários idosos morrem todos os dias de inanição, disse Varatharajah.