O porta-voz do Exército do Paquistão, major-general Athar Abbas, disse neste sábado que os militares do país “têm uma política já demonstrada de apoiar o processo político dentro dos limites da Constituição do Paquistão no que diz respeito à liderança nacional”.
A declaração aparentemente é uma resposta a documentos da diplomacia dos EUA vazados pelo site WikiLeaks, que sugerem que a cúpula do Exército paquistanês cogitou derrubar o governo do presidente Asif Ali Zardari.
Em telegrama datado de fevereiro deste ano, a então embaixadora dos EUA no Paquistão, Anne Patterson, afirma que o governo do país “continua fraco, ineficiente e corrupto. A política doméstica é dominada pela incerteza quanto ao destino do presidente Zardari”. Outro documento indica que em março de 2009, o comandante do Exército, general Ashfaq Kayani, disse à embaixadora que “poderia, embora relutantemente”, pedir que o presidente renunciasse.
Também em 2009, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse ao então primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que ouviu de Zardari a afirmação de que o chefe do serviço de espionagem do país “e Kayani vão me derrubar”.
Durante mais da metade de seus 63 anos como país independente, o Paquistão foi governado diretamente pelos militares. As informações são da Associated Press.