Soldados do Iêmen mataram quatro manifestantes e feriram pelo menos sete outros hoje, quando abriram fogo contra uma manifestação na província de Amran, no norte do país. A informação foi divulgada por rebeldes xiitas e confirmada por funcionários locais. O ataque ocorre um dia após a oposição e clérigos oferecerem ao presidente Ali Abdullah Saleh uma saída honrosa do poder.

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A ação militar ocorreu em Semla, uma vila 170 quilômetros distante da capital, Sanaa. “Dois manifestantes foram mortos e nove outros ficaram feridos quando soldados abriram fogo de uma posição militar contra os manifestantes “, disse um líder rebelde, pedindo anonimato. Um funcionário do governo local confirmou as quatro mortes.

Os manifestantes tomaram as ruas da cidade vizinha de Harf Sufyan para protestar contra a corrupção e pedir mudanças no regime, após 30 anos de domínio de Saleh, disse um site de notícias dos rebeldes, almenpar.net. Os protestos no empobrecido país começaram em janeiro, mas ganharam força no último mês.

Na principal cidade do sul do país, Áden, dezenas de milhares de pessoas foram a um funeral no bairro de Al-Mansura de dois manifestantes mortos durante a violência no mês passado, disse um repórter da France Presse. As pessoas pediam a saída do presidente. Houve um funeral similar na vizinha Mualla, segundo testemunhas.

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Os protestos contra o governo de Saleh já mataram 19 pessoas desde 16 de fevereiro, segundo uma contagem da France Presse baseada em notícias e testemunhas. Os protestos são inspirados pelos levantes no Egito e na Tunísia, que levaram à queda dos presidentes desses países, respectivamente Hosni Mubarak e Zine El Abidine Ben Ali.

Na semana passada, o presidente do Iêmen afirmou que pretende defender o regime de três décadas “até a última gota de sangue”. Ele acusou opositores de sequestrar manifestantes para dividir a nação. As informações são da Dow Jones.

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