O Exército do Egito cerca o palácio presidencial hoje para conter os combates entre partidários e opositores ao governo, que mataram cinco pessoas e feriram outras 446 ontem. O presidente Mohammed Mursi deverá se pronunciar mais tarde sobre o aumento da violência.
Os protestos de liberais e seculares completam duas semanas com alta insatisfação com o governo. As manifestações começaram no último dia 22, quando Mursi promulgou três decretos que aumentaram seus poderes e diminuíram a influência da Justiça.
Hoje, pelo menos quatro tanques de guerra foram estacionados na frente do palácio presidencial, no Cairo, ao lado de uma rua em que partidários e opositores ao presidente se enfrentam desde o início da manhã. Outros três blindados militares estão na região.
Ambos jogavam pedras e coquetéis molotov contra os adversários. Centenas de apoiadores de Mursi ainda estavam no local, muitos cobertos com mantas e alguns lendo o Alcorão.
Os islâmicos acamparam na região durante à noite, em apoio ao presidente, apesar do pedido da Irmandade Muçulmana que desocupassem as ruas próximas à Presidência.
Devido ao aumento do efetivo do Exército, os enfrentamentos começaram a perder força e as ruas do bairro de Heliópolis, onde fica a sede do governo, ficaram mais calmas.
Após os confrontos da noite de ontem, os opositores saíram da região do palácio presidencial, mas convocaram três novas manifestações que terminarão na sede do governo egípcio. Os rivais consideram que os confrontos foram provocados por milícias islâmicas.