Buenos Aires – O ex-repressor Héctor Antonio Febres, que enfrentava um julgamento por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura argentina (1976-1983), foi encontrado morto nesta segunda-feira (10) em um quarto na base da Marinha, onde estava preso.
Fontes judiciais informaram à agência local DyN que Febres não se levantou nesta segunda-feira para tomar o café da manhã e às 10h30 os carcereiros, que perceberam sua ausência, foram a seu quarto e o encontraram morto.
Não há até o momento informações sobre a causa de sua morte, o cadáver será submetido à autópsia.
Febres, de 65 anos, era julgado por crimes de lesa-humanidade praticados no centro de detenção clandestino Escola de Mecânica da Marinha (Esma) e durante o processo foram escutados testemunhos sobre sua violência.
O ex-repressor deveria apresentar-se na sexta-feira diante do Tribunal Oral da Capital Federal que o processou, para escutar a sentença, que provavelmente seria uma condenação.
Durante o julgamento, várias testemunhas coincidiram em dizer que Febres era responsável pela área do subsolo da Esma, onde os prisioneiros eram submetidos às torturas.
Mario Villani, uma das testemunhas e sobrevivente da Esma, recordou que "encapuzados, algemados, amarrados, quando alguém se movia os guardas nos chutavam na cabeça".
A testemunha, presa durante quase quatro anos neste centro, sustentou que esses ataques "eram feitos para os guardas divertirem-se", assim como quando batiam neles ao levá-los para o banho.
Lázaro Gladstein, outro sobrevivente da Esma, reconheceu que Febres era um dos mais "sanguinários" torturados do centro da Marinha. (ANSA)