Christian Klar, um ex-líder da esquerdista Facção Exército Vermelho, grupo que aterrorizou a Alemanha nos anos 1970 e 1980, foi libertado nesta sexta-feira (19), após ter cumprido 26 anos de sua sentença de prisão perpétua. No mês passado, um tribunal no Estado de Baden-Wuerttemberg, no sudoeste da Alemanha, onde Klar estava cumprindo sua pena, determinou que ele poderia ser libertado sob condicional e já não representava um perigo para a sociedade.

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Klar foi levado para um local desconhecido depois de ter obtido permissão para deixar o centro de detenção de Bruchsal, informou seu advogado Heinz-Juergen Schneider, que não forneceu mais detalhes. “Se iremos informar onde ele esta é uma decisão que apenas Christian Klar pode tomar”, disse, em comunicado, o Ministro da Justiça de Baden-Wuerttemberg, responsável pelo caso de Klar.

O ex-líder esquerdista foi condenado por envolvimento em nove assassinatos, dentre eles o do promotor federal Siegfried Buback, do industrial Hanns-Martin Schleyer e do chefe do Dresdner Bank, Juergen Ponto, todos ocorridos em 1977, auge do movimento. Em 1992 ele foi condenado a seis penas de prisão perpétua, bem como a outras sentenças de 15, 14 e 12 anos de prisão.

A Facção Exército Vermelho, que surgiu dos protestos estudantis na Alemanha contra a Guerra do Vietnã, matou 34 pessoas antes de ser desmembrada em 1998. O grupo adotou a ideologia marxista-leninista, tentava derrubar o governo capitalista da Alemanha Ocidental e lutava contra o imperialismo norte-americano.

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Críticas

A decisão do tribunal de Baden-Wuerttemberg foi duramente criticada por membros das famílias das vítimas do grupo, bem como por policiais e outras autoridades que viveram no período em que os ataques brutais da Facção Exército Vermelho dominavam as manchetes dos jornais e provocavam temor na Alemanha Ocidental.

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Na Alemanha, muitas pessoas cumprem menos de 20 anos de suas sentenças de prisão perpétua e Klar é o último de vários ex-integrantes da Facção Exército Vermelho a ser colocado em liberdade condicional.