Ex-soldado recebe prisão perpétua por mortes no Iraque

Um ex-soldado americano recebeu cinco sentenças consecutivas de prisão perpétua ontem, por ter participado do estupro e assassinato de uma jovem iraquiana e matar três membros de sua família. “O que o réu fez foi terrível e imperdoável”, disse o juiz Thomas Russell ao sentenciar Steven Dale Green, de 24 anos. “A corte acredita que qualquer sentença menor seria insuficiente”.

Um júri popular condenou Green em maio pelo estupro de Abeer Qassim al-Janabi, conspiração e múltiplos assassinatos. Green atirou e matou a mãe da jovem, o pai e a irmã e então foi o terceiro soldado a estuprar a garota antes de atirar em seu rosto. Seu corpo foi então incendiado, no dia 12 de março de 2006, em sua casa numa zona rural a 32 quilômetros de Bagdá.

Green contou ao juiz que apenas seguiu ordens de outros soldados envolvidos no ataque. “Vocês podem agir como se eu fosse um sociopata. Vocês podem agir como se eu fosse um criminoso sexual ou algo parecido”, disse. “Mas se eu não tivesse entrado no exército, se eu não tivesse ido ao Iraque, eu não seria acusado de nada.”

Na audiência em maio, Green repetidamente pediu desculpas à família al-Janabi, dizendo que ele sabia pouco sobre os iraquianos e que naquele momento se dava conta de que suas ações foram erradas. Ele descreveu os ataques como “demoníacos” e disse que quando morrer “a justiça será feita e o que quer que eu mereça, eu receberei”.

Green e outros quatro soldados foram investigados pelas mortes. Os três que foram à casa da família iraquiana com Green receberam sentenças de até 110 anos na prisão, mas poderão apelar daqui a sete anos. Um outro soldado, que teve participação menor, foi solto da prisão militar depois de servir por 27 meses.

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