Os magistrados das Nações Unidas inocentaram nesta quinta-feira (26) o ex-presidente sérvio Milan Milutinovic da acusação de ordenar uma campanha de terror contra os albaneses kosovares. Foi ordenada a libertação de Milutinovic. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia condenou outros cinco altos funcionários sérvios a penas de entre 15 e 22 anos de prisão.
Foi o primeiro julgamento da Corte por crimes de guerra sérvios em Kosovo. O fato de Milutinovic ter sido inocentado foi uma derrota para os promotores, que há três anos perderam a chance de ver condenado o ex-presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, por crimes similares. Milosevic morreu de um ataque do coração antes do fim do julgamento.
“Na prática, foi Milosevic, em alguns momentos chamado de ‘Supremo Comandante’, que exerceu comando de fato sobre o (Exército sérvio) durante a campanha da Otan”, afirmou o juiz Iain Bonomy, da Escócia. Segundo o magistrado, Milosevic comandou a campanha de assassinatos, estupros e deportações que forçaram quase 800 mil albaneses étnicos a fugirem de Kosovo, antes de ataques aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) forçarem uma retirada dos sérvios, no meio de 1999.
Os cinco condenados por envolvimento na campanha em Kosovo foram: o ex-vice-primeiro-ministro iugoslavo Nikola Sainovic, o ex-líder do Estado-Maior do Exército Dragoljub Ojdanic, os ex-generais do Exército Nebojsa Pavkovic e Vladimir Lazarevic, e o ex-general da polícia sérvia Sreten Lukic.