Um tribunal filipino considerou nesta quarta-feira (12) o ex-presidente Joseph Estrada culpado de lesar os cofres públicos e o condenou à prisão perpétua. Estrada, deposto em meio a uma revolta popular em 2001, qualificou o julgamento como "uma farsa politicamente motivada". Amigos e familiares de Estrada tacharam a condenação de "vingança política" orquestrada pela atual presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo.
O veredicto encerrou um julgamento iniciado há seis anos. O governo temia que a condenação desencadeasse uma revolta entre os simpatizantes de Estrada, concentrados nas camadas mais pobres da sociedade, mas não há relatos de violência até o momento.
Estrada foi considerado culpado de lesar os cofres públicos, mas inocentado das acusações de perjúrio e de falsa declaração de bens. A expectativa é de que os advogados do ex-presidente ingressem com um recurso contestando a condenação.
A justiça também condenou Estrada a penhorar uma mansão e devolver mais de 730 milhões de pesos (equivalente a cerca de 30 milhões de reais), com juros e correção monetária, depositados em duas contas bancárias.
O julgamento começou em outubro de 2001. Os promotores o acusavam de ter escondido bens e comprado mansões e casas de veraneio para supostas amantes. Estrada rechaçou as denúncias e acusou Arroyo de arquitetar sua deposição com líderes da Igreja Católica e do Exército.