A política e ex-presidente filipina Corazón Aquino, que liderou a revolta popular que derrubou o ditador das Filipinas Ferdinand Marcos em 1986, morreu hoje aos 76 anos, informou o jornal “Los Angeles Times”. Corazón sofria de câncer no útero desde 2008 e estava em tratamento intensivo contra a doença desde junho, de acordo com o jornal. O marido de Corazón, Benigno Aquino, foi morto a tiros no Aeroporto de Manila quando voltava do exílio em 1983. A morte de Benigno Aquino deu força ao movimento que afastou Marcos do poder em 1986 e levou Corazón à presidência, cargo que exerceu até 1992.
Corazón foi presidente das Filipinas em meio a altas expectativas. Sua reforma agrária não conseguiu acabar com o poder da oligarquia fundiária das Filipinas, da qual fazia parte a sua própria família. A liderança de Corazón, especialmente no comando de reformas sociais e econômicas, não foi forte, o que afastou das suas políticas muitos dos seus antigos aliados.
“Ela era obstinada e tinha um objetivo fixo que era remover todos os vestígios da entrincheirada ditadura Marcos”, disse o professor Raúl Pangalangan, ex-reitor da Escola de Direito da Universidade das Filipinas. “Todos nós devemos muito a ela” acredita o professor, se referindo à derrubada da ditadura Marcos.
O filho de Corazón Aquino, o senador filipino Benigno “Ninoy” Aquino III, disse que sua mãe faleceu às 3h18 da madrugada do sábado, horário local em Manila. Ela passou mais de um ano em um hospital na capital das Filipinas após ter o câncer diagnosticado.