O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter se encontrou nesta sexta-feira (18) em Damasco com o líder do Hamas no exílio, Khaled Meshal. Os governos dos Estados Unidos e de Israel consideram o grupo islâmico palestino como terrorista, responsabilizando-o por seqüestros e atentados suicidas. O encontro entre Carter e Meshal foi o primeiro contato público entre uma importante figura norte-americana e a liderança do Hamas. Nesta semana, o ex-presidente teve duas outras reuniões com membros do grupo. O Hamas vê os encontros como uma forma de obter legitimidade.
O vice de Meshal, Moussa Abu Marzouk, também participou da reunião. Marzouk foi identificado como terrorista pelo Departamento do Tesouro norte-americano, em 1995, permitindo ao governo congelar seus bens nos EUA. Ele foi detido em um aeroporto em Nova York no mesmo ano e ficou detido até 1997, quando foi deportado. O Departamento de Estado advertiu duas vezes Carter sobre os encontros com os líderes do Hamas. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, afirmou que o encontro entre o ex-presidente americano e Meshal era um obstáculo para a paz no Oriente Médio.
Carter, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2002, defendeu os encontros, dizendo tratar-se de uma missão pessoal. Para ele, o Hamas deve estar incluído nas negociações para a paz entre israelenses e palestinos. Os Estados Unidos apontaram o Hamas como terrorista em janeiro de 1995. Com isso, passou a ser uma violação conduzir qualquer negociação financeira ou comercial com o grupo. Israel também considera o Hamas terrorista e atribui a Meshal a autoria intelectual de várias ações do grupo, entre elas o seqüestro do soldado Gilad Shalit, dois anos atrás, perto da Faixa de Gaza.
