O ex-presidente taiwanês Chen Shui-bian, preso na quarta-feira (12) acusado por corrupção, começou uma greve de fome, afirmou nesta quinta seu advogado Cheng Wen-lung. Após uma maratona de audiências com promotores, Chen foi levado para a prisão Tucheng, no subúrbio de Taipé, e pode ficar legalmente preso por até quatro meses, para evitar eventual destruição de provas. O ex-presidente protesta contra a prisão e afirma ser vítima de perseguição política pelos seus sucessores.
Chen não foi formalmente acusado no caso. Ele nega qualquer irregularidade e alega ser vítima dos novos esforços dos governistas Nacionalistas para se aproximar de Pequim. O ex-presidente é um ardente defensor da independência da ilha e se opõe a qualquer aproximação com os chineses. Taiwan se separou da China em meio a uma guerra civil, em 1949.
Após visitar hoje o ex-presidente na cadeia, o advogado disse que seu cliente busca “protestar pela morte da justiça e pela regressão na democracia”. Segundo o advogado, o ex-líder não comeu após ser preso. Um funcionário da prisão disse que a situação estava sendo “monitorada”, mas não fez outros comentários.
O atual presidente, o Nacionalista Ma Ying-jeou, venceu as eleições em março prometendo ampliar a interação econômica com a China e iniciar um diálogo político. Porém, as denúncias de corrupção envolvendo Chen, sua família e aliados também pesaram na campanha eleitoral.