O ex-presidente da Libéria, Charles Taylor, afirmou hoje que foi indiciado por crimes de guerra como parte de um plano de “mudança de regime” nos Estados Unidos. Segundo ele, a intenção de Washington com esse suposto plano é controlar as reservas de petróleo da nação do oeste africano.
Taylor questionou a idoneidade de seu tribunal na Corte Especial para Serra Leoa. O ex-senhor de guerra de 61 anos é acusado de ter controlado e apoiado rebeldes que assassinaram e mutilaram milhares de civis, durante a guerra civil de 1992 a 2002 em Serra Leoa.
“Eu já estou condenado”, afirmou Taylor a um painel de três magistrados estrangeiros. O ex-líder frequentemente acusa os EUA de tentativas de derrubá-lo e de hipocrisia do país no setor de direitos humanos.
O testemunho total de Taylor para o caso durou mais de 250 horas. Ele alega ser inocente de todas as acusações, incluindo estupro, homicídio e recrutamento de crianças como soldados na vizinha Serra Leoa.
Em vez disso, deu sua própria versão para os eventos que resultaram na sua deposição como presidente da Libéria, em agosto de 2003, e subsequente exílio na Nigéria. Ele foi preso quase três anos depois disso.
Taylor disse que os norte-americanos avaliavam que ele era um fator de desestabilização no oeste da África, onde Washington via uma possível fonte de petróleo. Ele também negou que, quando foi preso em 2006, tentava fugir da Nigéria com milhões de dólares em dinheiro. “É tudo mentira”, garantiu. Taylor disse que apenas planejava viajar para o Chade e estava com US$ 50 mil para despesas com hotel, por exemplo.