O ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif declarou seu partido, a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), vencedor nas eleições gerais deste sábado, 11. O partido Tehreek-e-Insaf (PTI), do ex-astro do críquete Imran Khan, reconheceu mais tarde a vitória do PML-N. “Eles foram o maior partido. Gostaria de parabenizá-los”, disse o líder do PTI, Assad Omar, em entrevista ao canal Geo TV.

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“Devemos agradecer a Alá por ter dado ao PML-N outra chance de servir a vocês e ao Paquistão”, disse Sharif em discurso a simpatizantes em seu reduto eleitoral, Lahore. Em seu discurso, o ex-premiê pediu a todos os outros partidos que ajudem a resolver os problemas do país.

De acordo com resultados parciais, o PML-N liderava a disputa em 144 dos 272 distritos eleitorais. O PTI vencia em 38 distritos, enquanto o Partido Popular do Paquistão (PPP), do governo anterior, vinha assegurando 33 cadeiras no parlamento. Candidatos independentes e partidos pequenos lideravam em outros distritos.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Sharif disse que tentará estreitar as relações entre Paquistão e Estados Unidos, caso retorne ao poder. “A relação com os EUA era muito boa quando eu estava no poder”, disse ao jornal, enquanto acompanhava a contagem de votos. “Gostaria de aprofundar essa relação. Precisamos fortalecer essa relação.”

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Durante a campanha, Sharif evitou criticar o Taleban paquistanês, que, por sua vez, direcionou seus ataques aos partidos seculares que formavam o governo anterior.

Na entrevista ao WSJ, o ex-premiê disse estar otimista quanto a um possível acordo com o EUA em questões polêmicas, como os ataques de aviões não tripulados (drones) a militantes associados à Al-Qaeda em áreas tribais na fronteira com o Afeganistão. Esses ataques são bastante impopulares no Paquistão, e o principal adversário de Sharif nas eleições, Imran Khan, havia prometido derrubar os drones caso assumisse o poder.

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Sharif também sinalizou que pretende melhorar as relações com o vizinho Afeganistão. O presidente afegão, Hamid Karzai, várias vezes acusou o Paquistão de patrocinar a insurgência do Taleban em seu país. “Precisamos de boas relações com o Afeganistão”, disse Sharif. “Vamos apoiar o país como um todo. Não pretendemos ser parciais.”

Quanto à enorme fronteira com a Índia, o ex-premiê lembrou que, antes de ser deposto pelo general Pervez Musharraf em um golpe militar em 1999, ele vinha se esforçando para diminuir as tensões entre os dois países. “Retomaremos de onde paramos. Queremos melhorar as relações com a Índia, resolver as questões pendentes de forma pacífica, incluindo a questão da Caxemira.”

Ele disse também não esperar hostilidade dos militares caso assuma o poder. “Não há problemas com os militares”, disse Sharif. “Não acho que os militares são responsáveis pelo que Musharraf fez. Foi uma decisão pessoal. Os militares não devem ser responsabilizados por isso.” As informações são da Dow Jones.