Um dia após o começo do julgamento histórico de Hosni Mubarak, sete dos corréus do ex-mandatário egípcio foram levados ao tribunal nesta quinta-feira, incluído o ex-poderoso ministro do Interior, Habib el-Adly. Eles são acusados de cumplicidade na morte de manifestantes durante a rebelião popular que levou ao fim do regime de Mubarak em 11 de fevereiro. Segundo dados do próprio governo, a polícia e as forças de segurança mataram 850 pessoas. O julgamento de El-Adly e de outros seis ex-oficiais da polícia foi transmitido pela televisão egípcia.
Mubarak, El-Adly e os seis ex-chefes policiais poderão ser sentenciados à morte se considerados culpados. Mubarak e seus dois filhos, Gamal e Alaa, enfrentam acusações separadas de corrupção.
El-Adly foi ministro do Interior do governo Mubarak por mais de uma década e comandava uma poderosa força de 500 mil policiais e agentes. El-Adly e seus colaboradores são acusados por alguns dos piores abusos contra os direitos humanos durante os 29 anos do governo autoritário de Mubarak.
A audiência desta quinta-feira foi totalmente pautada por procedimentos burocráticos, com o juiz Ahmed Rifaat lendo as acusações e mostrando provas contra os acusados, enquanto os advogados de defesa escutavam. As provas incluem registros policiais que cobrem o período da revolta popular, entre 25 de janeiro e 11 de fevereiro. Além disso, incluem munições, armas e roupas que vítimas usavam quando foram mortas. Uma das provas é a jaqueta ensanguentada que um dos manifestantes mortos usava quando foi abatido a tiros.
El-Adly e os outros acusados foram exibidos em uma jaula, onde escutaram obedientemente as acusações.
O juiz deu aos advogados de defesa uma semana para que examinem as provas antes que as audiências sejam retomadas em 14 de agosto.
As informações são da Associated Press.