A Promotoria Pública do Egito deu um passo sem precedentes contra o ex-chefe da segurança no país, acusando o ex-ministro do Interior Habib el-Adly e vários funcionários de ajudarem nas matanças de centenas de manifestantes que ocorreram nos dias anteriores à queda do presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro deste ano.
Um comitê parlamentar recomendou que Mubarak também enfrente acusações parecidas, informou o maior jornal diário do Egito, o Al-Ahram, mas o promotor público até agora evitou acusar o ex-mandatário, que governou o Egito a partir de 1981.
El-Adly já está preso sob outras acusações. O promotor Abdul-Magid Mahmoud disse que el-Adly e os chefes das agências de segurança nacional, segurança pública e segurança de Estado ajudaram nas matanças de manifestantes durante a revolta popular que começou em janeiro.
Oficialmente, o governo egípcio reconhece que cerca de 350 pessoas foram mortas, mas organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que o número verdadeiro de mortos superou 800.
Além disso, também foram acusados os ex-chefes das polícias do Cairo, da cidade de Alexandria e do subúrbio de Gizé, perto da capital, bem como chefes policiais em 11 províncias.
“Eles mataram e feriram um número de cidadãos enquanto as pessoas protestavam pacificamente na capital e nas províncias”, disse Mahmoud. Alguns também são acusados de corrupção. As informações são da Associated Press.
