O ex-ditador do Chade Hissène Habré precisou ser levado à força para o tribunal, após se recusar a comparecer à audiência no processo em que é julgado por crimes de guerra. Em determinado momento, foram necessários quatro policiais – que estava mascarados – para conter Habré, de 72 anos. As autoridades também tiveram de expulsar vários apoiadores dele que estavam na plateia.

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O tribunal especial que julga Habré foi estabelecido pelo Senegal e a União Africana e marca a primeira vez que um país africano julga o mandatário de outro país por crimes contra a humanidade. O ex-ditador ainda gritou enquanto os nomes das testemunhas e um resumo da acusação eram lidos em voz alta. “Mentiras!”, afirmava. Seus advogados particulares abandonaram a audiência, mas os defensores apontados pelas autoridades ficaram até o fim.

“Hissène Habré era um rei absoluto no Chade, jogando pessoas na cadeia, torturando-as a seu bel-prazer. E agora ele age como uma criança mimada que não quer tomar o remédio. Ele simplesmente está com medo de nós e com medo da verdade”, disse Fatime Sakine, de 53 anos, que será uma das testemunhas de acusação. Ela diz que foi submetida a choques e outros tipos de tortura durante os 15 meses que passou na prisão entre 1984 e 1986.

O ex-ditador viveu confortavelmente exilado na capital do Senegal por mais de 20 anos até que foi preso em 2013. Ele é acusado de ser responsável por quase 40 mil mortes durante seus oito anos de governo, entre 1982 e 1990. Sua pena pode chegar a 40 anos de prisão. O julgamento foi retomado nesta segunda-feira, após ter sido suspenso em julho para que os advogados particulares contratados por Habré pudessem se inteirar do processo. Fonte: Associated Press.

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