O Parlamento da Hungria elegeu nesta terça-feira Pal Schmitt, ex-embaixador e duas vezes campeão olímpico de esgrima, para o cargo de presidente do país. Embora o cargo tenha papel basicamente cerimonial, o presidente da Hungria é responsável por assinar projetos para que se tornem lei. Schmitt foi indicado pelo partido Fidesz, que está no governo, para substituir o presidente Laszlo Solyom, escolhido pela legenda cinco anos atrás.
A medida ajuda a abrir caminho para as reformas constitucionais estudadas pelo partido governista, de centro-direita. Schmitt já indicou que deseja seguir a mais de perto a linha do partido, afirmando que quando assumir o cargo em agosto quer ser um ” nivelador” das políticas domésticas em vez de um “contrapeso” para o governo, que ele descreve como uma função da oposição. “O presidente tem de fazer aflorar o melhor de cada partido, de maneira que eles possam contribuir para a conquista do bem comum”, disse Schmitt antes da votação.
Schmitt, de 68 anos, foi eleito presidente do Parlamento em maio. Nos anos 1980, ele era um graduado funcionário esportivo do regime comunista e é presidente do Comitê Olímpico da Hungria desde 1989. Após a eleição, Schmitt disse que ao dar ao Fidesz a maioria de dois terços, os eleitores húngaros deram ao Parlamento da tarefa de escrever uma nova Constituição e ajudar a colocar um fim à era pós-comunista.
Na segunda-feira, o parlamento formou uma comissão de 45 legisladores que deve preparar um esboço dos princípios básicos da nova Constituição até o final do ano. Uma das mudanças políticas desejadas pelo primeiro-ministro Viktor Orban é a alteração do sistema política, de uma república parlamentar para um sistema semipresidencial como na França, onde o presidente é eleitor por voto popular e detém muito mais poder do que na Hungria.