O presidente da Bolívia, Evo Morales, aprovou por decreto a criação da empresa de linhas aéreas estatal Boliviana de Aviação (BOA), que terá U$ 15 milhões de capital inicial e cinco aeronaves. O diretor geral da Aeronáutica Civil, Javier García, espera os apoios de Cuba e da Venezuela para colocar a empresa em funcionamento. García lembra que o fomento às linhas aéreas estatais está previsto nos acordos da Alternativa Bolivariana das Américas (Alba). Assinado pelos três países, a Alba opõe-se ao Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca), proposto pelos Estados Unidos.
A BOA deve operar em rotas locais e internacionais e pelo decreto pode também "coordenar a gestão do financiamento proveniente de outras fontes internas e externas." O documento, assinado por Morales na quarta-feira, mostra a intenção do presidente boliviano em recuperar uma porção do campo aeronáutico perdido após parte da privatização parcial da companhia Lloyd Aéreo Boliviano (LAB), em 1996.
Hoje, a empresa tem dívidas de mais de U$ 140 milhões e é administrada por funcionários. Em julho de 2006 o presidente da LAB, Ernesto Asbún, fugiu após ser acusado de responsabilidade pelo prejuízo econômico da companhia. A Superintendência de Transportes da Bolívia suspendeu no fim de março os vôos da LAB, até ter certeza da sua capacidade financeira e de operação. Para não perder a licença de operação, a empresa precisa voltar a voar até 20 de novembro.