O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na quinta-feira (28) à noite um referendo sobre a elaboração de uma nova constituição para o país no dia 7 de dezembro. “É para aprofundar a democracia”, declarou o presidente boliviano no palácio do governo, em La Paz ao anunciar a assinatura do decreto que estabelece a data de votação. O anúncio desencadeou imediatas críticas da oposição.
A nova consulta popular – amplamente esperada desde que Morales confirmou seu mandato com dois terços dos votos num referendo revogatório realizado em 10 de agosto – tem como objetivo “consolidar o processo de mudanças”, prosseguiu ele.
Logo depois do anúncio, autoridades rebeldes a Morales no Estado de Santa Cruz contestaram a legalidade do decreto. “Nós rejeitamos as políticas que o governo quer impor por meio de decreto”, acusava um comunicado conjunto de líderes conservadores anti-Morales.
Eles observaram que o referendo revogatório também confirmou os mandatos de cinco governadores contrários ao presidente. Os governadores rebeldes têm afirmado que não permitirão a realização de um plebiscito sobre a constituição em seus Estados.
O presidente socialista, que em 2006 tornou-se o primeiro indígena a governar a Bolívia, e os governadores conservadores protagonizam uma ferrenha disputa de poder em torno da redistribuição de terras e renda à maioria indígena do país, que em grande parte vive em condições de miséria.
Os governadores dos Estados de Santa Cruz, Beni, Tarija e Chuquiasca – todos com maioria populacional de descendência européia e minoria indígena – reivindicam mais controle sobre os recursos das reservas de gás natural existentes em seus territórios.
As reservas de gás são consideradas vitais para a Bolívia, o país mais pobre da América do Sul. As informações são da Dow Jones.