O governo da Bolívia e a oposição chegaram a um acordo para iniciar nesta quinta-feira (18) o diálogo político para acabar com a violenta crise que deixou pelo menos 18 pessoas mortas no país na semana passada. As negociações serão abertas na cidade de Cochabamba e envolverão representantes da União das Nações Sul-americanas (Unasul), da Igreja Católica Romana, da União Européia e da Organização das Nações Unidas (ONU), informaram as fontes do governo.
Entre os pontos acertados entre governo e oposição, estão a desocupação de prédios públicos federais, invadidos por ativistas da oposição, a restauração da ordem em todo o país e uma investigação imparcial sobre a matança de 16 camponeses que ocorreu no departamento (Estado) de Pando na semana passada. “Eu espero que esse seja o início de um amplo acordo nacional, para podermos dar a paz ao nosso povo”, disse o governador do departamento de Tarija, Mario Cossío.
O conflito na Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, colocou a maioria indígena do país, que vive no Altiplano, contra a população mestiça dos mais prósperos departamentos do leste do país, onde estão as reservas de gás natural e as lavouras de soja. Os departamentos do leste exigem do governo do presidente Evo Morales a autonomia.
Manifestantes contrário a Morales, apoiados por governadores dos cinco Estados, tomaram o controle de escritórios e prédios do governo central e entraram em choque com indígenas que apóiam Morales. A situação ficou fora do controle em Pando, onde camponeses foram mortos.