O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje que seu país pretende se distanciar da influência militar dos Estados Unidos. Ele fez as declarações ao lado dos presidentes da Venezuela, Equador e Paraguai, que estão na capital boliviana para comemorar o bicentenário da revolta que levou a 16 anos de lutas contra a Espanha e culminou na independência da Bolívia em 1825. “Não é possível que neste milênio existam grupos militares que dependam do Comando Sul dos EUA. Esta dependência das forças armadas da América Latina tem que acabar, temos falado com os companheiros presidentes”, disse.
Em seu discurso, Morales também insinuou a suposta participação do Comando Sul dos EUA na derrubada do presidente hondurenho Manuel Zelaya e assegurou que o golpe militar em Honduras “fracassará”. “Qualquer político que aceite uma base militar norte-americana em qualquer país é um traidor da sua pátria.” Ele disse que os militares bolivianos não se prepararão mais no Comando Sul dos EUA, onde “eles eram ensinados que os inimigos internos são as forças sociais e os indígenas”. “As forças armadas precisam deixar de depender do Comando Sul, é a obrigação dos presidentes trabalharem e debaterem com os militares doutrinas próprias”.
Em sua chegada a La Paz, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que “hoje, 200 anos depois (da revolta de 1809), estamos em plena batalha e nada nem ninguém poderá interromper o caminho, por mais impérios que nos ameacem”. O presidente do Equador, Rafael Correa, assinalou aos jornalistas que “os povos da América Latina hoje lutam irmanados por nossa segunda e definitiva independência”. Já o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, expressou: “Queremos que nossas nações fomentem a unidade, a integração, a equidade e a igualdade para uma vida verdadeiramente independente”.