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Eurasia reduz chance de reeleição de Angela Merkel para 60%

A consultoria Eurasia divulgou relatório há pouco informando que está menos confiante na possibilidade de a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, se reeleger na eleição de setembro. “Estamos rebaixando a probabilidade para 60%, de 80% anteriormente”, escreveu o sócio da empresa para União Europeia, França, Alemanha e Reino Unido, Charles Lichfield.

De acordo com ele, a surpreendente popularidade do candidato social-democrata (SPD), Martin Schulz, melhorou significativamente a posição do partido nas pesquisas e agora há uma chance maior, de 40%, de ele concorrer na eleição à frente do próximo governo de coalizão. A expectativa da Eurasia é a de que, com um papel mais importante dentro desse novo agrupamento, poderá romper com Merkel em relação à política fiscal da União Europeia.

O nome de Schulz foi uma surpresa, segundo Lichfield. “Em algumas pesquisas, ele está à frente da aliança de centro-direita de Angela Merkel pela primeira vez em mais de uma década. Isso surpreendeu até a própria hierarquia do SPD”, relatou, lembrando que Merkel nos últimos dois anos parecia imbatível. Schulz, conforme Lichfield, agora é visto como uma alternativa séria e válida para Merkel, enquanto também oferece alguma esperança para o SPD para se reconectar com os eleitores da classe trabalhadora.

Além disso, o especialista salienta que Merkel parece mais cansada e com menos controle nos últimos meses, gastando muito tempo tentando fazer as pazes com o partido irmão da Baviera da União Cristã Democrática (CDU), a União Cristã do Sul (CSU). Apesar dessa mudança de cenário, a Eurasia se diz ainda cética em relação a sua habilidade de se sustentar nas pesquisas, passado o período de “novidade”.

O consultor lembra que essa avaliação está dentro de um contexto de um ambiente internacional volátil, em que os alemães costumam votar no que já conhecem. “Por esta razão, pensamos que é ainda mais provável (60%) Merkel permanece chanceler ante outra grande coalizão com o SPD”, justificou.

Lichfield lembra que, paradoxalmente, embora tenha sido a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos que convenceu Merkel a correr para um quarto mandato, Schulz irá posicionar-se mais agressivamente como candidato “anti Trump” – onde Merkel, devido às responsabilidades do cargo, terá de “pisar de forma mais cuidadosa”. “Isso será uma vantagem para Schulz.”

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