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Eurasia diz que eleições na África do Sul testarão domínio do partido do governo

A Eurasia afirmou em relatório que o partido governista Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) terá seu domínio testado nas eleições desta quarta-feira (08) na África do Sul. De acordo com a consultoria, o partido deve obter entre 58% e 60% dos votos e, consequentemente, vencer a eleição, dando pela primeira vez um mandato de quatro anos ao atual presidente Cyril Ramaphosa. No entanto, se o partido conseguir 55% dos votos ou menos, o grupo ligado ao ex-presidente Jacob Zuma poderá atrapalhar as reformas econômicas e até mesmo retirar o presidente do cargo com a ajuda da oposição.

No cenário em que o ANC recebe mais de 58% dos votos, a consultoria afirma que o público e mercados verão o resultado como uma aprovação de Ramaphosa que o permitirá levar adiante as reformas e a agenda anticorrupção, no entanto essa visão subestima o poder do grupo de Zuma no partido. “A pressão persistente (do grupo de Zuma) vai impedir que o presidente abandone medidas populistas ligadas à expropriação de terras e à nacionalização do Banco Central, que deve deixar investidores preocupados e conter o crescimento econômico”, diz o relatório.

No caso de o ANC conseguir entre 50% e 55% dos votos e não formar uma coalizão com o partido de esquerda EFF na província de Gautengue, Ramaphosa estará “sob constante ameaça de remoção”, diz a Eurásia. Caso haja uma tentativa de retirá-lo do cargo, Ramaphosa provavelmente derrotaria a facção de Zuma, mas teria que utilizar todo seu capital político para se manter no poder. Consequentemente, haveria mais dificuldades para se aprovar as reformas econômicas.

Caso o ANC ganhe entre 50% e 55% dos votos mas forme uma coalizão com o EFF em Gautengue, a única chance de Ramaphosa se manter no poder seria “torcer para que sua campanha anticorrupção faça com que Malema (líder do EFF) e outros membros do EFF sejam acusados ou presos antes das eleições de 2024”, diz a consultoria.

Um cenário considerado positivo seria uma ruptura no ANC, em que Ramaphosa não precisaria mais governar com o grupo do ex-presidente Zuma. Nesse caso, o presidente e os membros da centro-esquerda da ANC poderiam trabalhar em conjunto com outros grupos de centro para formar uma maioria no parlamento que poderia trabalhar para aprovar reformas.

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