O governo dos Estados Unidos pediu desculpas hoje por ter infectado guatemaltecos com doenças sexualmente transmissíveis nos anos 1940, informou a rede de televisão NBC. Pesquisadores do Serviço de Saúde Pública do governo federal infectaram pacientes do Hospital Nacional de Doenças Mentais da Guatemala com gonorreia e sífilis sem o conhecimento dos doentes e os encorajou a passar as infecções para outras pessoas.
A secretária de Estados Hillary Clinton e a secretária de Saúde Kathleen Sebelius pediram desculpas pelos atos. O experimento, que não resultou em qualquer descoberta útil, foi descoberto por Susan Reverby, professora da Wellesley College. Ela fazia pesquisas sobre o experimento Tuskegee, caso que envolveu negros norte-americanos do Alabama que foram informados que estavam sendo tratados de sífilis, mas na verdade não receberam tratamento.
Aparentemente, o estudo na Guatemala foi feito para testar a eficiência da penicilina – que era relativamente nova na época – no tratamento de doenças sexualmente transmissíveis. “O estudo de inoculação de doenças sexualmente transmissíveis entre 1946 e 1948 na Guatemala foi claramente antiético”, disseram Hillary e Sebelius, em comunicado conjunto.
“Embora esses eventos tenham acontecido mais de 64 anos atrás, ficamos chocadas que tal tipo de pesquisa pudesse ter sido feita sob a aparência de saúde pública”, acrescentaram. “Nós lastimamos profundamente o que aconteceu e pedimos desculpas a todas as pessoas que foram afetadas por essas práticas repugnantes”, disseram, e adiantaram que uma investigação será iniciada para apurar os detalhes do caso.