O governo norte-americano se lançou ontem em uma ofensiva de relações públicas para se defender de acusações de que os Estados Unidos estão “ocupando” o Haiti e tomando conta das operações de resgate e segurança no país, em detrimento da Organização das Nações Unidas (ONU). “A missão é coordenada pela ONU, nós estamos apenas ajudando – o Brasil tem a liderança na Minustah (a missão de paz da entidade), que tem como função cuidar da segurança no Haiti”, disse ontem, em teleconferência, o capitão John Kirby, porta-voz das forças norte-americanas no país caribenho.

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Segundo ele, o presidente Barack Obama conversou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mike Mullen, falou com o ministro da Justiça brasileiro, Nelson Jobim, para planejar e coordenar a missão. Ontem, o ministro de Cooperação da França, Alain Joyandet, que já havia reclamado que os norte-americanos não deixaram aviões franceses com suprimentos médicos pousarem no aeroporto de Porto Príncipe, voltou a criticar os EUA.

“A missão é ajudar o Haiti e não ocupar o país”, disse ele, pedindo que os EUA esclareçam seu papel. Kirby, na teleconferência, repetiu várias vezes que a ONU está no comando, e não os EUA. “Nossa missão no Haiti é humanitária – o lado militar é coordenado pela ONU, a Minustah, e nós apenas ajudamos. Existe uma missão de segurança, mas essa missão é da ONU e nós respeitamos isso.”

Os norte-americanos, diante de acusações de que estão privilegiando aviões militares no aeroporto, em vez de permitir pouso de aeronaves com suplementos médicos, voltaram a dizer que estão fazendo tudo a pedido do governo haitiano e da melhor maneira possível. “Ontem só tivemos de desviar três aeronaves”, disse Callahan.

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Em entrevista na sede da ONU, Ban afirmou que “a comunidade internacional apoia a liderança da entidade na coordenação dos esforços, e não há dúvidas sobre isso”. Ele afirmou que as tropas da ONU atuarão em conjunto com as norte-americanas.